A geografia física integradora de Georges Bertrand

O conceito de geossistema é constantemente mencionado no debate geográfico que articula sociedade ↔ natureza. Mesmo diante da importância do conceito para a ciência geográfica, não tem havido atenção especial ao entendimento dos diferentes legados científicos estrangeiros que suportaram a pesquisa nacional sobre o tema. Nesse âmbito, realiza-se um panorama crítico, entre 1959 e 2014, da trajetória epistemológica e das rupturas conceituais avistadas na obra do geógrafo francês Georges Bertrand, um dos principais nomes do temário e um dos responsáveis pela (re)construção da geografia física integradora. A partir de análise histórico-bibliográfica e comparativa, discute-se o(s) conceito(s) de geossistema na obra do autor e suas articulações com a paisagem/ambiente. Aponta-se que a discussão de Bertrand, apresentada em distintos períodos, foi desenvolvida para “sociedade(s)” ↔ “natureza(s)” específico(s). Assim, utilizar perspectivas conceituais pensadas para tempos e realidades particulares, sem as necessárias ressignificações teórico-metodológicas, não é fecunda para pensar o uso do geossistema atualmente.

[1]  M. Frolova From the Russian/Soviet landscape concept to the geosystem approach to integrative environmental studies in an international context , 2018, Landscape Ecology.

[2]  M. Souza Quando o trunfo se revela um fardo: reexaminando os percalços de um campo disciplinar que se pretendeu uma ponte entre o conhecimento da natureza e o da sociedade , 2018, GEOUSP: Espaço e Tempo (Online).

[3]  L. C. D. S. Cavalcanti,et al.  Geossistemas e Geografia no Brasil , 2017 .

[4]  José Borzacchiello da Silva French-Brazilian Geography: The Influence of French Geography in Brazil , 2016 .

[5]  M. M. Passos O MODELO GTP (Geossistema – Território – Paisagem) Como trabalhar , 2016, REVISTA EQUADOR.

[6]  G. Bertrand,et al.  La nature-artefact : entre anthropisation et artialisation, l'expérience du système GTP (Géosystème-Territoire-Paysage) , 2014 .

[7]  Mauro Henrique Soares da Silva,et al.  As Lagoas Salitradas do Pantanal da Nhecolândia: um estudo da paisagem baseado no modelo GTP – Geossistema, Território e Paisagem , 2013 .

[8]  M. N. Shimarayev,et al.  Lake Baikal: zonal atmospheric circulation, climate and hydrological processes (1968–2007) , 2010 .

[9]  C. Mainar,et al.  La difficile prise en charge de l'interface nature-société dans la géographie scolaire française : l'échec de l'introduction du concept de géosystème , 2006 .

[10]  G. Bertrand,et al.  Territorialiser l’environnement, un objectif pour la géographie , 1992 .

[11]  G. Bertrand,et al.  La végétation dans le géosystème. Phytogéographie des montagnes cantabriques centrales (Espagne) , 1986 .

[12]  G. Bertrand Les géographes français et leurs paysages , 1984 .

[13]  J. Hubschman,et al.  Une cartographie de reconnaissance des géosystèmes dans les Andes du Pérou , 1980 .

[14]  G. Bertrand Le paysage entre la Nature et la Société , 1978 .

[15]  G. Bertrand,et al.  Le Géosystème ou "système territorial naturel" , 1978 .

[16]  J. Raynaud,et al.  Le Sidobre (Tarn). Esquisse d'une monographie , 1978 .

[17]  O. Dollfus,et al.  Essai d'analyse écologique de l'espace montagnard , 1973 .

[18]  G. Bertrand La « science du paysage », une « science diagonale » , 1972 .

[19]  G. Bertrand Ecologie d'un espace géographique. , 1972 .

[20]  G. Bertrand Morphostructures cantabriques : Picos de Europa, Montaña de León et Palencia (Espagne du nord-ouest) , 1971 .

[21]  Georges Bertrand,et al.  Paysage et géographie physique globale. Esquisse méthodologique , 1968 .

[22]  G. Bertrand Les formations végétales méditerranéennes du versant nord cantabrique (Espagne du Nord-Ouest) : un problème écologique , 1964 .

[23]  G. Bertrand Esquisse biogéographique de la Liébana (Massif Cantabrique, Espagne). La dynamique actuelle des paysages , 1964 .