A COVID-19 é uma doença infecciosa que afeta as pessoas de diferentes maneiras. A maioria dos infectados apresenta sintomas leves a moderados, de curta duração e não precisa ser hospitalizada. Entretanto, alguns indivíduos cursam com sintomas mais prolongados e desenvolvem a síndrome pós-COVID-19. Esta síndrome é representada por uma ampla gama de novas alterações de saúde, as quais são recorrentes ou contínuas em pessoas que foram infectadas com o vírus SARS-Cov-2. Há relatos de pessoas experimentando cansaço ou fadiga, desnutrição, dificuldade de concentração, anosmia ou ageusia, tontura, taquicardia, palpitação, dispneia, tosse, transtornos do humor, fibrose pulmonar, insuficiência renal crônica e dor. O objetivo deste artigo é fazer uma revisão sobre a dor no paciente portador de síndrome pós-COVID-19, discutindo acerca dos mecanismos envolvidos e do seu impacto na qualidade de vida do indivíduo. Pacientes com síndrome pós-COVID-19 podem apresentar dor, que parece ser mais prevalente naqueles indivíduos que estiveram internados em unidade de terapia intensiva (UTI). Os pacientes neste contexto são submetidos a inúmeros fatores de risco, como: dor aguda mal tratada, insultos neurológicos, múltiplas comorbidades e alterações relacionadas à necessidade de ventilação prolongada, imobilização, bloqueio neuromuscular, posição pronada e sepse. Isolamento, internamento em UTI e o medo de morrer têm sido uma realidade para muitos pacientes, os quais apresentam sequelas psicológicas graves e grande morbidade. A condução do paciente e da dor na síndrome pós-COVID-19 deve ser multiprofissional. Só através da atuação de uma equipe formada por médicos de diferentes especialidades, fisioterapeutas, nutricionistas, psicólogos e fonoaudiólogos é possível atender à necessidade desses pacientes. O acompanhamento dos indivíduos portadores de síndrome pós-COVID-19 é essencial, não apenas para monitorar e tratar esses pacientes, mas também para compreender totalmente o impacto a longo prazo da infecção por SARS-Cov-2.