(L(V)b), na area endemica de Corte de Pedra1, foi tratado um paciente masculino de 64 anos (LTCP 10065) originario e residente em uma fazenda do municipio de Pirai do Norte cuja queixa principal foi obstrucao nasal e epistaxe de quatro meses de evolucao. Diagnosticou-se a leishmaniose mucosa com base nos achados clinicos, imunologicos (intradermorreacao de Montenegro de 15mm e titulo na reacao de imunofluorescencia indireta para anticorpos sericos antileishmânia de 1/64) e o estudo histopatologico da biopsia da mucosa atingida que revelou um padrao compativel com leishmaniose e ausencia de parasitos. A inoculacao de material de biopsia em hamsters teve resultado negativo. O paciente foi tratado com sulfato de aminosidine, l6mg/kg/dia por20 dias, considerando-se clinicamente curado um ano apos tratamento. Como unico antecedente relevante para a doenca atual, 30 anos antes, tinha desenvolvido tres ulceras cutâneas nos antebracos. Estas lesoes foram tratadas com po de tartaro emetico em forma topica que o paciente comprou na farmacia local sem prescricao medica. As lesoes curaram em 40 dias e deixaram cicatrizes tipicas de leishmaniose de 15, 18 e 20mm de diâmetro.O tartaro emetico foi utilizado pela primeira vez no tratamento da leishmaniose tegumentar americana por Gaspar Vianna em 19123, iniciando-se assim a era do tratamento desta doenca com antimoniais. Porem, o uso topico deste medicamento de comprovada eficacia por via sistemica mas de elevada toxicidade tem sido raramente descrito. Durante um surto epidemico de leishmaniose cutânea na Guiana, o tartaro emetico foi relatado entre os agentes topicos utilizados pelos pacientes antes da consulta descrevendo-se piora das lesoes3. No caso aqui relatado, as tres ulceras cicatrizaram
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