Considerações Teórico-metodológicas acerca do Discurso de Naomar de Almeida Filho sobre "Transdisciplinaridade e Saúde Coletiva"

nfrentar a abordagem de questoes metateoricas no campo da Saude Coletiva, sobretudo tendo em vista a assuncao de uma perspectiva pragmatica, e tarefa com­plexa e desafiante a que Naomar de Almeida Filho, em seu artigo "Transdisciplinaridade e Saude Coletiva" nao se esquiva, realizando um tratamento competente e polemico sobre o tema. Ao tomar a "complexidade", que Morin (1996) considera o eixo da ciencia contem­porânea, como desafio para pensar o objeto da Saude Coletiva, tradicionalmente nomea­do nos estudos epidemiologicos (considera­das as vertentes "classica" e "critica") do pro­cesso saude-doenca, Almeida Filho o amplia, acredito de maneira feliz, para o conceito de "complexo saude-doenca-cuidado". Com isto, o autor pressupoe a articula­cao de processos de diferentes niveis e, evi­dentemente, "complica" sua forma de trata­mento, por conta da multipla natureza do objeto de sua analise e dos desafios em tor­no do instrumental metodologico teorico e tecnico capaz de dar conta da complexidade que o tema da transdisciplinaridade encerra. Trata-se, em suma, de saber de que comple­xidade se fala. Neste sentido o proprio objeto de refle­xao do autor, a transdiciplinaridade, se carac­teriza como objeto complexo e extrapola, a meu ver, em muito, os limites de seu discur-so, o que, antes de constituir um ponto cri­tico, e, ao contrario, indicador da riqueza heuristica que sua proposta encerra. Isso porque traz, em seu âmago, ques­toes que dizem respeito as relacoes existen­tes entre ciencia e filosofia, assim como cien­cia e tecnologia, dentre outras, dada a carac­teristica basica do campo, que constitui uma area de conhecimento e de pratica, cujo objeto "complexo saude-doenca-cuidado", nomeado pelo autor, pretende representar. Dai seu proposito em adotar, no trata­mento do tema, uma posicao que incorpore "tanto a critica logica, quanto a perspectiva pragmatica", tendo em vista a negacao de "modelos" que nao atendam a uma