Violência institucional, autoridade médica e poder nas maternidades sob a ótica dos profissionais de saúde

O presente artigo discute a violencia institucional em maternidades sob a otica de profissionais de saude, com base nos dados de uma pesquisa sobre o tema na cidade de Sao Paulo, Brasil. Para tanto, foram entrevistados 18 profissionais de saude atuantes nas redes publica e privada, dentre medicos obstetras, enfermeiras e tecnicas em enfermagem. Foi utilizado um roteiro semiestruturado com questoes sobre a experiencia profissional e o conceito de violencia. A analise revelou o reconhecimento desses profissionais de praticas discriminatorias e desrespeitosas no cotidiano da assistencia a mulheres gestantes, parturientes e puerperas. Sao exemplos citados dessas praticas o uso de jargoes pejorativos como forma de humor, ameacas, reprimendas e negligencia no manejo da dor. Essas praticas nao sao geralmente percebidas pelos profissionais como violentas, mas sim como um exercicio de autoridade em um contexto considerado "dificil". Tal contexto revela a banalizacao da violencia institucional que travestida de boa pratica, porque seria para o bem da paciente, acaba invisibilizada no cotidiano da assistencia.

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