CARACTERÍSTICAS DE ALCOÓLICOS À ADESÃO PROLONGADA Num Programa Ambulatório

Introducao: Baixas taxas de adesao ao tratamento sao frequentemente encontradas em programas de atendimento de alcoolicos. Inumeras caracteristicas de doentes alcoolicos ja foram associadas a maior adesao ou a maiores taxas de abandono do tratamento. A adesao ja foi apontada como uma medida pratica e simples de avaliacao de resultados de tratamento. Neste estudo buscou-se identificar caracteristicas de doentes de um programa ambulatorial publico de tratamento de alcoolicos associadas a adesao superior, isto e, a maior tempo de permanencia em tratamento. Material e Metodos: Foram incluidos no estudo 634 doentes exclusivamente alcoolicos, destes 329 concluiram a fase de avaliacao do programa e 305 nao a concluiram ou preenchiam os criterios de exclusao do proprio programa assistencial. Inicialmente, foram analisadas as diferencas socio-demograficas entre os doentes que concluiram e os que nao concluiram a avaliacao. Verificou-se a associacao de todas as 814 variaveis do banco de dados com a adesao ao programa terapeutico por meio de analise bivariada. Posteriormente, foi realizada a regressao logistica das variaveis ao menos marginalmente significantes: primeiramente dentro de cada dimensao avaliada, selecionando-se as que seriam incluidas na analise multidimensional. Utilizou-se o teste do Qui-quadrado de Pearson para verificar as possiveis associacoes. Resultados: Apenas duas variaveis significantemente diferenciaram os doentes que concluiram e os que nao concluiram a avaliacao: local de nascimento e idade media. Na analise bivariada, 65 variaveis se mostraram associadas a adesao; entretanto apenas cinco permaneceram significantes (p < 0,05) apos a regressao logistica. No modelo final, as variaveis que se associaram significativamente a adesao superior foram: nao se alimentava enquanto bebia, avaliado como tendo alto nivel de insight, apresentar o criterio seis para Dependencia do DSM-IV (abandono ou reducao de importantes atividades sociais, ocupacionais ou recreativas em funcao do uso da substância ); quando aumentou consumo, bebia para aliviar mal estar cronico e ter apresentado dor abdominal nos 30 dias anteriores a avaliacao. Conclusao: Os resultados deste estudo indicam que, diferentemente de conclusoes preliminares, o padrao terapeutico empregado no programa avaliado – em especial seu foco na abordagem das comorbidades psiquiatricas – nao permaneceu dentre os mais relevantes factores associados a vinculacao mais prolongada dos doentes ao tratamento. Assim sendo, os resultados reforcam a necessidade de novos estudos voltados a abordagem dos subgrupos que mais rapidamente se desligaram do tratamento rotineiramente oferecido, a fim de que as abordagens diagnosticas e terapeuticas possam ser modificadas no sentido de se tornarem mais eficazes e efetivas para seus usuarios.

[1]  P. Miller,et al.  Blood pressure reduction during treatment for alcohol dependence: results from the Combining Medications and Behavioral Interventions for Alcoholism (COMBINE) study. , 2008, Addiction.

[2]  G. Melnick,et al.  Client consensus on beliefs about abstinence: effects on substance abuse treatment outcomes. , 2008, Drug and alcohol dependence.

[3]  J. M. Cotes,et al.  Logistic regression in psychiatric literature: evaluation of articles published between 2002 and 2005 in a prominent journal , 2007 .

[4]  J. Haro,et al.  Three-year antipsychotic effectiveness in the outpatient care of schizophrenia: Observational versus randomized studies results , 2007, European Neuropsychopharmacology.

[5]  I. Figueira,et al.  Does co-occurring social phobia interfere with alcoholism treatment adherence and relapse? , 2006, Journal of substance abuse treatment.

[6]  T. Beresford,et al.  Adherence to court-ordered disulfiram at fifteen months: a naturalistic study. , 2004, Journal of substance abuse treatment.

[7]  R. Atkinson,et al.  Referral paths, patient profiles and treatment adherence of older alcoholic men. , 2003, Journal of substance abuse treatment.

[8]  R. Moos,et al.  Long-term influence of duration and intensity of treatment on previously untreated individuals with alcohol use disorders. , 2003, Addiction.

[9]  J. Cunningham,et al.  Gender differences in detoxification: predictors of completion and re-admission. , 2002, Journal of substance abuse treatment.

[10]  D. Oslin,et al.  Alcoholism treatment adherence: older age predicts better adherence and drinking outcomes. , 2002, The American journal of geriatric psychiatry : official journal of the American Association for Geriatric Psychiatry.

[11]  K. Walitzer,et al.  Preparing clients for alcoholism treatment: effects on treatment participation and outcomes. , 2002, Journal of consulting and clinical psychology.

[12]  R. Moos,et al.  Gender differences in help-utilization and the 8-year course of alcohol abuse. , 2002, Addiction.

[13]  C. Weisner,et al.  A prospective study of the factors influencing entry to alcohol and drug treatment , 2002, The journal of behavioral health services & research.

[14]  R. Vuchinich,et al.  Environmental contexts surrounding resolution of drinking problems among problem drinkers with different help-seeking experiences. , 2002, Journal of studies on alcohol.

[15]  M. Midgley,et al.  Within-program factors as predictors of drinking outcome following cognitive-behavioral treatment. , 2000, Addictive behaviors.

[16]  K. Brower,et al.  Older adult treatment outcome following elder-specific inpatient alcoholism treatment. , 2000, Journal of substance abuse treatment.

[17]  G. Corrao,et al.  Outcome variables in the evaluation of alcoholics' treatment: lessons from the Italian Assessment of Alcoholism Treatment (ASSALT) Project. , 1999, Alcohol and alcoholism.

[18]  T. Wetterling,et al.  Axis I and axis II comorbidity in alcohol dependence and the two types of alcoholism. , 1998, Alcoholism, clinical and experimental research.

[19]  J. Morgenstern,et al.  The comorbidity of alcoholism and personality disorders in a clinical population: prevalence rates and relation to alcohol typology variables. , 1997, Journal of abnormal psychology.

[20]  B. Rounsaville,et al.  Psychopathology as a predictor of treatment outcome in alcoholics. , 1987, Archives of general psychiatry.

[21]  G. Leigh,et al.  Factors associated with patient dropout from an outpatient alcoholism treatment service. , 1984, Journal of studies on alcohol.

[22]  Mário Sérgio Ribeiro,et al.  Avaliação dos Tipos 1 e 2 de alcoolismo de Cloninger em homens participantes de um programa de tratamento ambulatorial , 2008 .