As instituições de longa permanência para idosos no Brasil
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O envelhecimento populacional está ocorrendo em um contexto de grandes mudanças sociais, culturais, econômicas, institucionais, no sistema de valores e na configuração dos arranjos familiares. Para o futuro próximo, espera-se um crescimento a taxas elevadas da população muito idosa (80 anos e mais), como resultado das altas taxas de natalidade observadas no passado recente e da continuação da redução da mortalidade nas idades avançadas. No entanto, a certeza do crescimento desse segmento populacional está sendo acompanhada pela incerteza das condições de cuidados que experimentarão os longevos. Embora a legislação brasileira estabeleça que o cuidado dos membros dependentes deva ser responsabilidade das famílias, este se torna cada vez mais escasso, em função da redução da fecundidade, das mudanças na nupcialidade e da crescente participação da mulher – tradicional cuidadora – no mercado de trabalho. Isto passa a requerer que o Estado e o mercado privado dividam com a família as responsabilidades no cuidado com a população idosa. Diante desse contexto, uma das alternativas de cuidados não-familiares existentes corresponde às instituições de longa permanência para idosos (ILPIs), sejam públicas ou privadas. No entanto, a residência em instituições não é uma prática comum na sociedade brasileira. Faltava, até então, uma visão agregada sobre as ILPIs brasileiras. Não se conhecia quantos idosos viviam em instituições, suas características – como sexo, idade, renda, condições de saúde/autonomia, laços familiares, tempo de permanência na instituição – e tampouco o número de instituições existentes, a infraestrutura, os serviços oferecidos, a estrutura de custos, os recursos com que contam, os modelos de assistência praticados, etc. A falta de informações sobre essa modalidade de serviços, bem como a expectativa de que a sua demanda tende a crescer, foi a principal motivação para a realização da pesquisa nacional, de caráter censitário, aqui descrita.