Modelo do estudo: Estudo observacional transversal.
Objetivo: Avaliar o conhecimento dos médicos prestadores de serviço na Atenção Primária à Saúde do município de Lagarto, Sergipe, sobre o rastreamento das neoplasias colorretais.
Metodologia: Estudo quantitativo e qualitativo transversal, realizado com médicos atuantes na Atenção Primária do município de Lagarto, Sergipe.
Resultados: Vinte e cinco médicos (92,5%) responderam ao questionário. A maioria deles (76%) informou possuir conhecimento necessário para realização do rastreamento do câncer colorretal (CCR). Ao serem questionados, porém, sobre a idade para início do rastreio, apenas 60% relataram que deve ser aos 50 anos, assim como preconizado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Dezessete (68%) afirmaram que não há limite de idade para encerrar o rastreamento. Entre os motivos justificados para a não realização do rastreio, 50% responderam que não o faz porque o paciente não aceita; 33,33%, por não ter os exames disponíveis no sistema; e 16,66%, por não possuir conhecimento para conduta. A pesquisa de sangue oculto nas fezes (PSOF) foi escolhida por 92% dos médicos e a colonoscopia por 60% deles. Em relação à periodicidade, enquanto 72% informaram de forma assertiva que a PSOF deve ser realizada anualmente, apenas 36% relataram que a retossigmoidoscopia deve ser realizada a cada 5 anos.
Conclusão: Apesar de a maioria dos médicos inseridos na Atenção Primária do município de Lagarto acreditar possuir o conhecimento necessário para realização do rastreamento do câncer colorretal, observou-se significativa inconformidade em relação às respostas sobre faixa etária alvo e métodos de rastreio quando comparadas ao que a Organização Mundial de Saúde e o Instituto Nacional do Câncer preconizam. A ausência de uma política de saúde pública de prevenção, associada à falta de programas de formação e reciclagem dos profissionais sobre prevenção de câncer colorretal, podem impactar diretamente na manutenção dos altos índices de mortalidade por esta neoplasia.