Ação comunicativa, democracia e saúde

Procuramos fundamentar com a Teoria da Acao Comunicativa de Habermas a afirmacao de que saude como direito so e possivel se for um produto da autonomia de todos os envolvidos, exigindo, portanto, o estabelecimento de uma relacao indissociavel com a democracia. Inicialmente sao apresentados os conceitos de entendimento linguistico, acao comunicativa, discurso e mundo da vida e como eles se articulam para dar origem a uma teoria social. A seguir, e mostrado como Habermas se utiliza dessa teoria para a formulacao de uma Teoria do Direito e da Democracia. Transpondo a Teoria de Habermas para a saude, chegamos a proposicao de que saude como direito pode ser entendida como resultante do confronto entre, de um lado, os imperativos sistemicos, mediados pelo dinheiro e pelo poder e, de outro, os processos comunicativos de formacao politica da opiniao e da vontade, proprios do mundo da vida e mediados pela solidariedade. Finalmente, retomando as analises de Illich, Foucault, Pollack, Arouca e outros, procuramos identificar como esses autores tratam aqueles elementos - poder, dinheiro e solidariedade - chegando a conclusao de que a adocao da Teoria da Acao Comunicativa e util, pois permite incorporar as criticas as praticas de saude, sem, contudo, abrir mao do atendimento de legitimas necessidades dos cidadaos.

[1]  E. M. Melo,et al.  [The Meninos do Rio Program: lifeworld, adolescence, and health risks]. , 2005, Cadernos de saude publica.

[2]  R. Ceccim,et al.  Mudança na graduação das profissões de saúde sob o eixo da integralidade , 2004 .

[3]  A. M. Sperandio,et al.  Caminho para a construção coletiva de ambientes saudáveis: São Paulo, Brasil , 2004 .

[4]  J. R. Ayres Norma e formação: horizontes filosóficos para as práticas de avaliação no contexto da promoção da saúde , 2004 .

[5]  Rousiley C. M. Maia,et al.  O movimento antimanicomial como agente discursivo na esfera pública política , 2002 .

[6]  Christina W. Andrews A ética do discurso e o modelo dos consensos democráticos: uma réplica a J. Eisenberg , 2002 .

[7]  J. Vaitsman,et al.  Apoio social e redes: conectando solidariedade e saúde , 2002 .

[8]  A. Zaluar,et al.  VIOLÊNCIA EXTRA E INTRAMUROS , 2001 .

[9]  Márcia Faria Westphal O Movimento Cidades/Municípios Saudáveis: um compromisso com a qualidade de vida , 2000 .

[10]  J. Breilh Derrota del conocimiento por la información: una reflexión necesaria para pensar en el desarrollo humano y la calidad de vida desde una perspectiva emancipadora , 2000 .

[11]  S. Côrtes Conselhos Municipais de Saúde: A Possibilidade dos Usuários Participarem e os Determinantes da Participação , 1998 .

[12]  Richard B. Saltman,et al.  Patient Choice and Patient Empowerment in Northern European Health Systems: A Conceptual Framework , 1994, International journal of health services : planning, administration, evaluation.

[13]  Adam Przeworski Ama a incerteza e serás democrático , 1985 .