Histoquímica e ultraestrutura das glândulas salivares das abelhas (Hymenoptera, Apoidea)

As abelhas apresentaram quatro tipos diferentes de glândulas salivares, as quais foram estudadas do ponto de vista histoquimico e ultraestrutural. Procurou-se com o emprego das tecnicas histoquimicas classicas determinar variacoes no conteudo de proteinas, polissacarideos, acidos nucleicos e lipidios durante o ciclo secretor. Estudou-se a ultraestrutura para analisar as modificacoes dos orgânulos celulares durante a elaboracao e eliminacao da secrecao. Os resultados obtidos demonstraram que todas as glândulas apresentam os componentes quimicos acima referidos mas que a sua quantidade varia bastante de glândula para glândula e de estagio para estagio de uma glândula. A diferenca no conteudo de proteinas e lipidios existente entre a glândula salivar do torax e da cabeca de Melipona foi atribuida a secrecao (proteica no primeiro caso, e lipidica no segundo). O glicogenio so apareceu em glândulas de animais bem jovens e foi considerado como provavel resquicio de material embrionario. A microscopia eletronica revelou que os orgânulos celulares evoluem na celula durante o ciclo secretor de maneira semelhante ao ja preconizado por varios autores para celulas com essa funcao. Em Xylocopa e Golletes o aparelho de Golgi nao foi visto e atribuimos este fato a maneira pela qual a secrecao e produzida, acumulando-se uma parte dela dentro de vacuolos. Os resultados permitiram ainda aventar com certa base morfologica a derivacao das glândulas salivares do torax dos tipos 1, 2 e 3 a partir do tipo 4. O tipo 1 teria se originado por desaparecimento das celulas centrais (zimogenicas). O tipo 2 por reducao do numero de celulas zimogenicas. O tipo 3 por desaparecimento das celulas perifericas (parietais).