Reflexões sobre as políticas de ciclos no Brasil.

Dentre as reformas educacionais implementadas em nome da qualidade da educacao nos anos recentes no Brasil, as que introduzem os ciclos, possivelmente, representam as que tem maior potencial de concretizar o proposito de democratizacao do ensino. Ao colocar em questao e em tensao o projeto educacional e social no qual se assenta, de modo dominante, a escola obrigatoria, os ciclos provocam um confronto com valores dominantes, entre estes, o de aceitacao das desigualdades como decorrentes de diferencas individuais. Como medidas de nao-repetencia, eles rompem com a fragmentacao decorrente da seriacao e remetem a mudancas na concepcao do tempo, do espaco e da propria cultura escolar, visando a garantir que o grande contingente de alunos, ate recentemente excluido da escola basica, possa ai permanecer e adquirir conhecimentos socialmente relevantes. O artigo propoe-se a situar as politicas de introducao de ciclos no contexto da educacao brasileira, destacando diferentes significados a eles atribuidos pelas multiplas experiencias de redes publicas de ensino, discutindo questoes postas pela sua implementacao e fazendo consideracoes sobre seus resultados e impactos. Baseia-se em revisao de estudos produzidos sobre o tema, de 1990 aos dias atuais.

[1]  S. Sousa,et al.  Estudos sobre ciclos e progressão escolar no Brasil: uma revisão , 2004 .

[2]  Moçambique Constituição da Republica , 2004 .

[3]  Andrea Steinvascher A implantação da progressão continuada no estado de São Paulo: um caminho para a democratização do ensino? , 2003 .

[4]  Maria Eugénia Ferrão,et al.  Políticas de não-repetência e a qualidade da educação: evidências obtidas a partir da modelagem dos dados da 4ª série do SAEB-99. , 2002 .

[5]  Elba Siqueira de Sá Barretto,et al.  Trajetória e desafios dos ciclos escolares no País , 2001 .

[6]  M. G. Arroyo Ciclos de desenvolvimento humano e formação de educadores , 1999 .

[7]  Rudá Ricci O perfil do educador para o século XXI: de boi de coice a boi de cambão , 1999 .

[8]  A. Peralva O jovem como modelo cultural , 1997 .

[9]  C. Davis,et al.  Avaliação do processo de inovações no ciclo básico e seu impacto sobre a situação de ensino-aprendizagem na Região Metropolitana de São Paulo , 1996 .

[10]  J. Mainardes,et al.  Ciclo basico de alfabetização : da intenção a realidade : (avaliação do CBA no municipio de Ponta Grossa - PR) , 1995 .

[11]  Philip R. Fletcher Propósitos da Avaliação Educacional: uma análise das alternativas. , 1995 .

[12]  L. Avelar,et al.  O ciclo basico : estudo de caso de uma politica publica no Estado de São Paulo , 1993 .

[13]  Rose Mendes da Silva,et al.  É proibido repetir , 1993 .

[14]  Heraldo Marelim Vianna Desempenho dos alunos do Ciclo Básico de Alfabetização em Minas Gerais: análise dos resultados e identificação de pontos críticos , 1992 .

[15]  Sérgio Antônio da Silva Leite,et al.  Ciclo basico : da proposta transformadora de alfabetização a realidade de sua pratica , 1992 .

[16]  Z. F. D. Silva Um estudo avaliativo sobre o Ciclo Básico de Alfabetização em quadro escolas de São Paulo , 1991 .