Saúde e povos indígenas no Brasil: notas sobre alguns temas equívocos na política atual

O objetivo deste texto e analisar as politicas de saude para os povos indigenas no Brasil, tendo como marco a Constituicao Federal de 1988 e os seus desdobramentos para o atendimento medico-assistencial destas populacoes. Destacam-se tres eixos norteadores para esta analise: o projeto gestor, balizado pelas nocoes de “autonomia” e “controle social”, mas que traduz certo modo de organizacao das formas de representacao e participacao indigenas no plano das politicas publicas estatais; o pressuposto da nocao da “atencao diferenciada” para a construcao de um modelo assistencial inclusivo, mas operacionalmente normativo; e, por fim, a relacao entre o modelo gestor de atencao a saude indigena e as proprias praticas terapeuticas indigenas.