Em 1980, ao analisar a historiografia americana de relacoes internacionais, Charles Maier afirmaria que o campo regredia e estagnava, nao tendo o interesse dos estudantes nem a atencao da grande academia do pais.1 Anos depois, John Lewis Gaddis seguiria na mesma linha ao afirmar, em uma metafora, que essa pequena e decrescente comunidade de historiadores parecia ocupar, no mundo academico, “algo como o nicho evolucionario ocupado pelo crocodilo [...] e a barata: [esses academicos] estao por perto ha muito tempo e nao estao em perigo imediato de extincao; mas [sao] ainda primitivos e, por esta razao, nao muito interessantes.”2 A critica nao foi restrita aos dois historiadores e durante duas decadas uma crise que pairou sobre o campo parecia apontar para a propria extincao da area – o maior medo nos momentos mais agonizantes era a possibilidade do campo seguir o mesmo rumo da historia maritima: a extincao pelas mudancas bruscas da modernizacao no mundo e na propria disciplina de historia.3 A chamada Diplomatic History ja tinha passado por um periodo critico durante a decada de 60 quando o pioneiro trabalho de William Appleman Williams implodiria consensos centrais do campo. Williams, que lideraria a chamada escola revisionista (tambem chamada de Escola de Wisconsin ou new left), afirmaria que o foco nas elites e nos grandes estadistas era equivocado quando se buscava explicar a politica externa dos Estados Unidos. Para ele, dever-se-ia concentrar em aspectos internos, notadamente economicos, que tinham profundo impacto na politica externa americana. Dessa forma, essa nova abordagem diminuia o papel dos individuos e os efeitos do sistema internacional nas grandes decisoes da politica externa do pais.4 A revisao no
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