Por que uma Ciência Ocupacional na América Latina? Possíveis relações com a Terapia Ocupacional com base em uma perspectiva pragmatista

Resumo O presente ensaio aborda a Ciência Ocupacional com base na história hegemônica e (re)conhecida da terapia ocupacional no mundo, a partir da qual nos perguntamos: “Por que uma Ciência Ocupacional na América Latina?”. Para responder a tal questionamento, apresentamos uma perspectiva crítica sobre a Ciência Ocupacional, resgatando evidências sobre a sua institucionalização, discursos e rebatimentos à validação e à identidade da Terapia Ocupacional. Com isso, verificamos semelhanças e distinções entre ambas as disciplinas, considerando, sobretudo, que os estudos da e sobre a ocupação humana sempre existiram mesmo antes de sua criação. Isso nos permite afirmar que não há uma relação de dependência da Terapia Ocupacional com a Ciência Ocupacional, como nos discursos iniciais de sua criação. No entanto, devemos considerar que ambas são complementares e não dependentes, e que, juntas ou separadas, direcionam-se para as transformações sociais. Parece-nos que no contexto da América Latina essa compreensão não é uma realidade, visto que o engendramento das questões que ainda mantêm o status de “crise identitária” da Terapia Ocupacional dificulta a compreensão de outros mecanismos de leitura sobre as histórias e fundamentos da área, como os processos de colonização e de confronto e reconhecimento de nossas bases epistêmicas.

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