Etnobotânica de chás terapêuticos em Rio Urubueua de Fátima, Abaetetuba – Pará, Brasil

Estudos etnobotânicos no Brasil revelaram os chas como principal forma de tratamento terapeutico em comunidades tradicionais. Objetivou-se valorizar os conhecimentos tradicionais na comunidade Rio Urubueua de Fatima, Abaetetuba – PA, por meio da identificacao das plantas medicinais empregadas em chas e suas formas de preparo, atribuindo a estas a sua importância na terapeutica e no tratamento das enfermidades mais recorrentes, alem de investigar a qualidade das aguas de consumo da populacao, indispensavel ao preparo dos chas, e a sua relacao com a saude dos ribeirinhos. A partir de entrevistas semiestruturadas realizadas com 35 interlocutores, foram calculados para as especies: valor de importância, concordância quanto aos usos principais, concordância quanto aos usos principais corrigidos e o fator de consenso do informante. A fim de averiguar a qualidade da agua, foi feita analise microbiologica de amostras coletadas em tres diferentes pontos do rio Urubueua. Foram citadas 82 receitas de chas terapeuticos. Mentha sp. obteve o maior valor de importância e, juntamente com Lippia alba (Mill) N. E. Brown. e Ficus maxima Mill., o maior indice de concordância quanto ao uso principal corrigido. Os moradores na faixa etaria entre 60 e 69 anos detem vasto conhecimento de plantas e receitas a base de chas, frequentemente empregados na sua medicina tradicional. Da agua utilizada pelos moradores, foram quantificados coliformes totais e termotolerantes em todas as amostras, sendo um fator de risco para a doenca diarreica, mencionada em quadros clinicos recorrentes.